Pular para o conteúdo principal

Comprometimento



“Comprometimento é compromisso com resultado. O resto é conto de fadas”
Por Marcelo Veras*
 
Nas minhas aulas, quanto vamos discutir a competência comportamental Comprometimento, sempre peço para alguns alunos descreverem a pessoa mais comprometida que eles já conheceram até hoje. As descrições são sempre as mesmas, ou muito próximas. As pessoas citadas são sempre colegas de trabalho com as seguintes características: cumprem horário, se preocupam com os colegas e estão sempre dispostos a ajudar, trabalham mais que os outros, fazem jornada extra, nunca reclamam de nada e fazem tudo pela empresa e pelos colegas de departamento. Ou seja, pessoas que, no ambiente de trabalho, cumprem um papel singular e que topam tudo pelo bem de todos e da empresa. Quando pergunto qual é o risco de uma pessoa com estas características virar um “burro de carga” na empresa , onde todos usam e abusam, a resposta também é sempre a mesma: grande.
 
Esta visão generalizada sobre a palavra Comprometimento é tão equivocada e atrasada quanto achar que a terra é quadrada. Na pesquisa que fizemos na ESAMC com mais de 150 líderes empresariais, esta competência, classificada como comportamental (atitude), foi unânime no quesito importância para a carreira. Principalmente, em um momento onde as estruturas organizacionais nunca foram tão enxutas e as pessoas são exigidas ao extremo para darem conta de tanto trabalho. Só que a definição do mercado e de quem chegou ao topo das principais organizações do país, Comprometimento significa “Compromisso com o resultado final”. Uma frase curta, direta e que quebra de vez esta visão equivocada sobre este conceito. Compromisso com o resultado final. Nada d o que foi descrito acima sobre as características de uma pessoa comprometida bate com a visão do mercado. Absolutamente nada. Até porque nada garante que alguém que trabalhe muitas horas consegue atingir resultados. Nada garante que alguém que ajude demais os colegas vai atingir resultados. A correlação entre horas trabalhadas, dedicação (em termos de tempo) e resultados é zero. Em alguns casos, o fato de uma pessoa trabalhar muito mais do que os colegas, podem até esconder uma fraqueza enorme de produtividade. Eu mesmo já conheci muita gente que trabalha muitas horas e entrega resultados pífios. Definitivamente muito trabalho não significa resultados bons.
 
Nos próximos artigos eu vou abordar os sete atributos que surgiram da pesquisa e que, segundo os líderes empresariais, são as reais características de um profissional com alto comprometimento. Os sete atributos são: Qualidade de entrega, Pontualidade de entrega, Orientação para resultado, Senso de urgência, Foco em soluções e não em problemas, Pontualidade em eventos e Disponibilidade. Trata-se de atributos bem claros, fáceis de serem avaliados e que representam, em última instância, uma competência de fazer as coisas acontecerem no ambiente de trabalho. Uma pegada forte e uma postura de quem faz tudo com seriedade, pontualidade, qualidade e foco em resultados. Estes são e serão sempre os profissionais mais disputados pelo mercado e que nunca terã ;o baixa empregabilidade. São pessoas que os chefes entregam um projeto e esquecem, porque sabem que a cosia vai acontecer e que não vai precisar ficar cobrando ou supervisionando o andamento do mesmo.
 
Muitos não enxergam isso e continuam acreditando numa visão romântica em torno da palavra Comprometimento. Fuja disso. Venha comigo, a partir do próximo artigo, entender e se preparar para ser conhecido como um profissional que tem comprometimento com resultados. É isso que faz a diferença hoje. O resto é conto de fadas.
 
*Vice-Presidente Acadêmico da ESAMC. Associate Partner da AYR Consulting – Consultoria de Inovação. Sócio-diretor da PRIME Educacional – Franqueada ESAMC. Professor de Marketing, Estratégia e Planejamento de Carreira do MBA da ESAMC. Palestrante e consultor de empresas nas áreas de Gestão de Carreiras e Marketing.
 

Comentários

Patrocinado

Patrocinada

Patrocinada
Loja Uol

Postagens mais visitadas deste blog

Quem Vê Cara Não Vê Coração?

A famosa frase: “Quem vê cara não vê coração” é conhecida há décadas (se é que não há séculos). Muito romântica e criadora de esperanças, é usada para falar de amor e ódio, bondade ou maldade, etc. No entanto, quando trazemos tal afirmação para os conceitos mercadológicos, essa frase elaborada de forma afirmativa é totalmente improcedente. Para o mercado, a “cara” é preciso ser muito bem vista e valorizada, caso contrário, não haverá interesse do consumidor em conhecer melhor o produto, serviço, empresa ou profissional e se “apaixonar” pelo coração, pela alma e por tudo mais que apresente de melhor. Vamos analisar alguns exemplos simples, para esclarecer esse entendimento: Verifique as embalagens de perfumes famosos (tanto as de vidro quanto de papel, em especial as de vidro). Sempre são inovadoras, provocantes, sensuais, delicadas. São diferenciadas para criar no consumidor o interesse em ir até elas e experimentar suas fragrâncias. É preciso conquistar antes pelos olhos, depois pelo

Centro de Inovação e Criatividade ESPM lança o curso “Gestão da Inovação”

São Paulo, 15 de setembro de 2008 – Atualmente, um dos principais desafios das empresas nacionais é a inovação, no entanto, os investimentos na área são baixos para o melhor desenvolvimento das empresas. Para mostrar como as instituições e profissionais podem conduzir o processo de gestão da inovação por meio de metodologias e modelos estruturados, o Centro de Inovação e Criatividade ESPM lança o curso “Gestão da Inovação”, com início em outubro. O programa, pioneiro no mercado nacional, visa formar gestores da inovação aptos a atuar nas mais diferentes frentes de negócios. As aulas abordarão tanto a estratégia quanto a operação como parte do planejamento estratégico das empresas. Ao longo do curso, o aluno contará com questões fundamentais como a importância de todos os colaboradores no ato de inovar, as principais tendências do mercado e fatores chaves de sucesso. O participante conhecerá também o conjunto de ferramentas para o desenvolvimento do negócio, os caminhos para a inovação

Artigo: Sonhos de um profissional

Artigo: Sonhos de um profissional * Washington Kusabara O profissional pode ser entendido como uma pessoa em constante aperfeiçoamento. Em um fluxo de fabricação, onde há matéria-prima e produto acabado, o profissional deve ser como o material em processo, já que sempre há o que melhorar ou algum componente a ser acrescentado. Estipular objetivos significa avançar pequenos passos em direção aos nossos sonhos. Ainda que para alcançar estes objetivos seja preciso passar por alguns "desvios", ou até mesmo alguns "retrocessos", o importante é perseverar e cuidar para que haja determinação e não obstinação, que pode nos "cegar" e fazer com que se perca o rumo. Da mesma forma trabalham as empresas, já que as metas do mundo corporativo são referências circunstanciais que as companhias necessitam para sobreviver, crescer e evoluir. Diante não apenas da concorrência, mas das mudanças inesperadas dos cenários econômicos, a velocidade com que atingem

Patrocinado

https://click.afiliados.uol.com.br/Clique?idtUrl=397642&cpg=Mzk3NjQy&source=144&type=link&creative=SG9tZSBMb2ph&affRedir=https%3A%2F%2Fmeunegocio.uol.com.br%2Floja-virtual%3Faff_source%3Dae14226733424e5b905e2fa03e33d077