Por Diego Simioni
Antes de responder essa pergunta, te faço outra: para você, o que é empreender? Para o pai da administração moderna, Peter Drucker, empreender é criar algo totalmente novo. Já para mim, empreender é assumir riscos em uma atividade produtiva que gere prosperidade. Se você concorda com esse pensamento, posso te afirmar que sim, ser um franqueado é ser um empreendedor.
Agora, se você concorda com o Drucker, sinto lhe dizer, mas os tempos mudaram. Quando esse conceito foi criado, lá na década de 80, as coisas eram bem diferentes. Hoje, os negócios estão mais arriscados e, até mesmo, ser funcionário está mais arriscado! É extremamente difícil saber quando algo realmente novo é inventado. E mais, conceitos se misturam e criam novas ideias de negócio o tempo todo, tornado ainda mais difícil definir quem é ou não empreendedor de acordo com esse conceito.
Por isso mesmo, nesse artigo te apresento quais são minhas razões para considerar que ser franqueado é também ser empreendedor. Confira!
#1) É preciso gerenciar a incerteza minimizando os riscos: Isso mesmo! Por mais que muita gente pense que não há liberdade para agir depois de escolher uma franquia para investir, em vários momentos você deverá fazer escolhas importantes para o sucesso do seu negócio. A determinação do seu ponto comercial, por exemplo, é uma delas. Muitas vezes, justamente por estar investindo seu dinheiro em uma franquia, você terá que pesquisar quais as melhores opções de ponto disponível para instalar a sua loja. É claro que o franqueador vai te ajudar, até mesmo para não te deixar entrar em uma fria, caso aconteça, mas você terá que efetivamente colocar a mão na massa e participar desta decisão. E, até onde eu sei, isso é empreender.
#2) As crises continuarão existindo: mesmo se tratando de um investimento mais seguro do que outras opções no mercado, as franquias também podem passar por dificuldades. Segundo a Associação Brasileira do Franchising (ABF), só no ano passado, 4,4% do total de franquias em operação fecharam suas portas. Independente do tamanho da rede, seja ela pequena, média ou grande, o relato dos franqueadores é sempre o mesmo, suas melhores unidades são as dos franqueados mais empreendedores, os que se mostraram dispostos a aprender gerenciar o fluxo de caixa, liderar equipes, negociar com fornecedores e, em muitos casos, até mesmo abrir mais de uma franquia. Ao se envolverem com a gestão do negócio tornam-se mais aptos e ágeis para enfrentar possíveis adversidades importas pelo cenário econômico.
#3) Você poderá propor inovações para a rede: a história que franqueado não pode fazer nada já existe há algum tempo, mas não é bem assim. É claro que existem limites, inclusive são esses limites que fazem da franquia um negócio mais seguro do que empreender sozinho. Mas, apesar de ser função e obrigação do franqueador desenvolver continuamente o negócio, por você estar frente à operação, em contato direto com os clientes, entendendo suas necessidades e demandas, poderá utilizar sua veia empreendedora para contribuir com a evolução da rede. Não faltam bons cases por aí. Quer um exemplo famoso? Um dos primeiros franqueados da rede McDonalds, Jim Delligatti, inventou nada mais nada, nada menos do que o Big Mac!
Cabe ressaltar que não são todos os franqueados que desejam empreender, assim como nem todas as redes apreciam esse perfil de investidor. Por isso, é extremamente importante que, da mesma forma que você saiba claramente qual é o seu perfil, você também analise o posicionamento da franquia que você pretende investir. Só assim poderá encontrar algo que combine mais com você. Empreender não é para todo mundo mas, se for para você, não deixe passar essa oportunidade. É uma experiência extremamente gratificante.
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Diego Simioni é administrador de empresas e fundador do FranquiAZ consultoria especializada no segmento de franquias.
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