Pular para o conteúdo principal

Trabalhe para reter mais clientes

 

Trabalhe para reter mais clientes

*Ezequias Sena

 

Segundo a American Marketing Association, as empresas perdem 10% dos seus clientes todos os anos. E conquistar novos clientes pode exigir cinco vezes mais investimentos do que para manter os atuais. Ao pesar na balança, percebemos que muito poderia ter sido feito para aumentar os índices de retenção. Muitas vezes, quando nos damos conta dessa realidade, não há mais tempo hábil para manobras inteligentes.

 

Assim que se conquista um novo cliente, o próximo desafio é identificar as bases para que se possa cultivar um relacionamento de longa data. Já se tornou lugar comum falar sobre a "infidelidade" do cliente. Afinal, quando não há vínculos mais sólidos e uma relação de confiança entre as partes, qualquer benefício a mais é um bom pretexto para se mudar de fornecedor de produtos e prestador de serviços.  Mas, não é preciso analisar a fundo esse comportamento para descobrirmos que tudo poderia ser diferente se pequenas manobras de aproximação e interesse tivessem sido postas em prática.

 

Neste mercado cada vez mais competitivo, empresas de grande porte colocam em prática seus projetos de atendimento personalizado ao cliente, aumentando a vida útil da conta. Mais do que isso, os novos clientes que surgem como desdobramento do negócio têm muito mais chances de dar certo e serem rentáveis – haja vista que foi necessário  muito pouco esforço nessa conquista que já vem com um subjetivo selo de qualidade e confiança.

 

A aferição dos índices de retenção de clientes é fácil. Um dos modos mais simples é criar uma planilha contendo todos os clientes, ano a ano. Imprima uma cópia da lista de clientes atendidos até dezembro de 2007. Depois, gere uma outra similar com as empresas atendidas até dezembro do ano passado. Compare a lista de clientes de 2007 e 2008. Se 10% dos clientes que constavam na lista em 2007 não tiverem feito nenhum negócio com sua empresa durante o ano passado, isso resulta em uma margem de retenção de 90% ­ que é bastante realista em produtos e serviços de primeira necessidade.

 

Pode parecer, à primeira vista, que perder 10% dos clientes ano a ano não é grande coisa. Esse é um dos piores erros de julgamento, porque, se não houver um grande empenho para repor a totalidade dos clientes, a empresa estará morta dentro de uma década.

 

Além disso, tão logo as dificuldades da empresa em reter e conquistar clientes sejam observadas de perto pela concorrência, mais cedo ainda usarão esse déficit para "bater sua carteira". Os mais atentos converterão esse simples dado em cifras, podendo prever quanto investimento está deixando de ser feito, já que, com menos clientes, a receita tende a diminuir.

 

Hoje as empresas têm de trabalhar para aumentar o índice de retenção. Obviamente, alguma perda é comum, atribuída a variações do mercado. Mas é preciso prestar mais atenção nos negócios. Se um cliente investe R$800 mil por ano em serviços que sua empresa poderia prestar, mas somente 20% desse valor entram efetivamente na conta da sua empresa, a situação é grave. Afinal, o que de imediato pode parecer uma boa conta, na verdade é uma conta em risco permanente.

 

A retenção de clientes implica, como percebemos, em muito mais do que a simples comparação de planilhas. Implica em descobrir como atender seus clientes em todas as necessidades possíveis, estabelecendo uma verdadeira relação de parceria e compromisso com qualidade e lucro.  Envolve maior aproximação dos clientes em risco, afinando o discurso, demonstrando muito mais interesse do que o evidenciado na prática atual.

 

* Ezequias Sena, diretor administrativo e comercial da Online Brasil (www.onlinebrasil.com.br), empresa com 15 anos de atuação na área de TI e que conseguiu elevar em mais de 8% o índice de retenção de clientes entre 2007 e 2008 – quando registrou 94,4% de IRC.

 

Comentários

Patrocinado

Patrocinada

Patrocinada
Loja Uol

Postagens mais visitadas deste blog

Quem Vê Cara Não Vê Coração?

A famosa frase: “Quem vê cara não vê coração” é conhecida há décadas (se é que não há séculos). Muito romântica e criadora de esperanças, é usada para falar de amor e ódio, bondade ou maldade, etc. No entanto, quando trazemos tal afirmação para os conceitos mercadológicos, essa frase elaborada de forma afirmativa é totalmente improcedente. Para o mercado, a “cara” é preciso ser muito bem vista e valorizada, caso contrário, não haverá interesse do consumidor em conhecer melhor o produto, serviço, empresa ou profissional e se “apaixonar” pelo coração, pela alma e por tudo mais que apresente de melhor. Vamos analisar alguns exemplos simples, para esclarecer esse entendimento: Verifique as embalagens de perfumes famosos (tanto as de vidro quanto de papel, em especial as de vidro). Sempre são inovadoras, provocantes, sensuais, delicadas. São diferenciadas para criar no consumidor o interesse em ir até elas e experimentar suas fragrâncias. É preciso conquistar antes pelos olhos, depois pelo ...

Artigo: Relacionamento interpessoal

Relacionamento interpessoal “Relacionamento é tudo. Ou quase tudo” Profº Marcelo Veras foto Arquivo Pessoal   Por Marcelo Veras* Com este artigo, inicio um novo ciclo de reflexões sobre mais uma competência comportamental que, como se diz por ai: “desde que o mundo é mundo”, tem ocupado uma posição de destaque entre as competências responsáveis pelo sucesso de pessoas na vida pessoal e profissional. É o famoso  Relacionamento interpessoal . Como um belo exemplo de pessoa tímida, caseira, que não gosta muito de eventos sociais e que não nasceu com o  chip  das pessoas bem relacionadas que têm a almejada virtude de fazer amigo até em fila do cinema, eu acreditava (equivocadamente), por muito tempo, que se fizesse o meu trabalho bem feito, no prazo e com qualidade, o meu futuro estaria garantido. Profundo erro, descoberto logo nos meus primeiros anos de carreira. Confesso que sofri muito quando vi pessoas que considerava bem medianas obtendo êxitos e alça...

Open to work: especialista em mercado de trabalho dá dicas de como tornar o LinkedIn atraente

  Estratégias vão desde a escolha de foto profissional ao uso de palavras-chave eficazes para a criação de um perfil de destaque Na busca para se posicionar profissionalmente, muitos profissionais ainda cometem erros ao publicar no LinkedIn ou mantêm perfis pouco atraentes. Juliana Nóbrega, professora de Marketing do Centro Universitário de Brasília (CEUB) e especialista em mercado de trabalho, ensina como transformar a plataforma em uma ferramenta estratégica para alcançar o emprego desejado, aumentando a visibilidade para atrair recrutadores e evitando deslizes.   Confira as dicas práticas:    1. Elementos para um perfil de LinkedIn atraente e competitivo JN: Uma boa foto de perfil é fundamental, pois facilita que as pessoas te identifiquem e reconheçam com facilidade. Escolha uma foto com fundo liso e neutro, que contraste com o rosto, tornando o avatar de fácil visualização. Outro ponto importante é a descrição do perfil, que aparece abaixo do nome. Use palavras-...

Patrocinado

https://click.afiliados.uol.com.br/Clique?idtUrl=397642&cpg=Mzk3NjQy&source=144&type=link&creative=SG9tZSBMb2ph&affRedir=https%3A%2F%2Fmeunegocio.uol.com.br%2Floja-virtual%3Faff_source%3Dae14226733424e5b905e2fa03e33d077