*Maurício Carmagnani
Você já se perguntou desde quando as pessoas fazem questão de divulgar suas idéias? A publicidade, por exemplo, já é um costume social desde a antiguidade. Já fizemos anúncios em tabuletas de argila, papiros, pinturas em paredes e gravações em rochas. Nosso flyers de hoje, ainda que em outro formato, podiam ser facilmente encontrados na antiga Grécia e Roma. Com o crescimento da economia e a evolução da comunicação, a propaganda passou a fazer parte da rotina de todos nós.
Cada vez mais, a relação de proximidade entre empresas e consumidores é fator decisivo durante o processo de tomada de decisão. Seja um serviço, ou o mais variado tipo de produto, é preciso fazer com que as pessoas reconheçam que precisam de algo e, além disso, que apenas a sua marca pode lhe satisfazer. Por isso, surge a dúvida: como atingir mais de 6,7 bilhões de pessoas em tempos de comunicação instantânea, em que não há fronteiras de tempo ou espaço para a informação?
Na antiguidade, por exemplo, gado e alimentos eram o foco dos publicitários daquele tempo. Já no século XVII, livros, enciclopédias e medicamentos estampavam aquilo que daria origem aos jornais modernos. Nos anos 50, hábitos femininos em transformação eram retratados. Hoje, tudo é ou pode ser um objeto da publicidade. Médicos, artistas, a Ciência, governos e governantes, todos querem ser divulgados. A expressão "falem bem ou falem mal, mas falem de mim" nunca foi levada tão a sério.
Contudo, há uma superlotação dos meios convencionais de comunicação e os espaços para veiculação de mensagens correm o risco de serem obsoletos na percepção das pessoas. Por isso, o desenvolvimento de novas mídias nunca foi tão desejado por quem quer abrir canais de relacionamento com os públicos de interesse. O mais do mesmo já não acompanha a velocidade com que o mundo e a comunicação se transformam e se atualizam, deixando de dar conta do grande objetivo de uma mensagem publicitária: estimular o indivíduo em prol de determinada ideia.
Especialmente para os consumidores das gerações mais novas, interatividade e chances de dialogar com a propaganda são essenciais para o sucesso. Para essa aproximação, é preciso criar alternativas que fujam do usual. Nesse sentido, o merchandising é um ótimo exemplo para se analisar o processo de renovação de práticas já consolidadas.
Se antes a veiculação publicitária era feita em meios destinados exclusivamente a tal atividade, hoje já vemos até mesmo produtos que são usados para vender. Quem ainda não recebeu uma caixa de pizza com uma enorme propaganda estampada onde antes havia o telefone da pizzaria pode se preparar. As tradicionais listas telefônicas também ganharam uma nova roupagem.
A aproximação cliente/empresa depende cada vez mais da ousadia do anunciante, que não pode mais se submeter somente aos espaços exclusivos para publicidade. Você tem que se perguntar o que faz parte do cotidiano do seu consumidor. Caixas de leite, chaveiros, bonés e cadernos universitários fazem parte dessa rotina? Busque seus próprios espaços e conquiste seu lugar ao sol, de preferência bem ao lado do lugar do seu cliente.
*Maurício Carmagnani é diretor da DRT Mídia, empresa especializada no desenvolvimento de novas mídias. Administrador de empresas e MBA em Finanças, pela Thunderbird (The Garvin School of International Management)
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