Por Madalena Carvalho
Gestão do Conhecimento não é
novidade. Talvez um novo nome para uma preocupação antiga.
Não
há duvida de que o conhecimento
é o recurso econômico mais valioso para a competitividade das empresas e nações. Por isso a gestão do conhecimento é um dos
temas mais quentes do momento. Os grandes gurus, líderes empresariais e
consultores têm apontado o conhecimento como uma vantagem competitiva
sustentável.
E
por que?
Felizmente,
as empresas da Nova Economia perceberam a importância do capital intelectual e
migraram de um conceito antigo e ultrapassado para um modelo dinâmico que
reconhece e valoriza a força das pessoas. Isto significa dizer que hoje o valor
do conhecimento destas pessoas suplanta os valores dos produtos e serviços,
pois estes transformaram-se em agregados de idéias.
E
como as empresas podem gerenciar este conhecimento? A resposta não é tão
simples. Em primeiro lugar é importante
entender a dinâmica do conhecimento. Todo conhecimento é criado pelo indivíduo
e a ele pertence, isto equivale a dizer que uma empresa não pode criar
conhecimento sem as pessoas, no entanto, pode e deve incentivar e apoiar a
criatividade, iniciativa, habilidade e promover situações que estimulem e
garantam o conhecimento.
E
similarmente a produtos e serviços, o conhecimento também deve ser catalogado,
transferido, assimilado e utilizado. E
aqui reside uma grande dificuldade das empresas. Lembrando Júlio Rotemberg que diz: "não se pode
simplesmente assumir uma organização pesada, contratar indivíduos inteligentes
e esperar que as coisas boas aconteçam".
Grandes talentos não garantem
resultados em função do conhecimento que possuem, mas sim através da forma como
utilizam este saber. É preciso uma
quebra de paradigmas, é preciso um apoio diretivo forte para que a Organização
cresça de verdade. É preciso entender que investir em conhecimento requer um
sistema e uma cultura organizacional aberta para a inovação, livre de regras e
condutas opressoras.
Há algumas estratégias para se
atingir este ponto, de forma que o conhecimento melhore a produtividade final, tais
como:
1. Promover
a criatividade e a inovação de produtos e serviços;
2. Compartilhar
com os colaboradores os objetivos e conhecimentos essenciais ao negócio;
3. Aumentar
e facilitar o acesso ao conhecimento;
4. Aumentar
o estoque de conhecimentos explícitos;
5. Aumentar
o intercâmbio de conhecimentos tácitos;
6. Incentivar
o comprometimento dos colaboradores para a aprendizagem.
Há
muitos desafios a serem vencidos na implantação de uma Gestão do Conhecimento e
como em todo processo de mudança há riscos e oportunidades. Cabe as
Organizações compreenderem que para o conhecimento se tornar vantagem
competitiva não pode ser visto apenas como mais um projeto, mas um forte compromisso
com o desenvolvimento das competências de seus colaboradores.
Talvez
seja necessária uma certa dose poética na implantação de uma Gestão do
Conhecimento forte e atuante. Um olhar que vá além das máquinas, mas que seja
capaz de interpenetrar no coração das pessoas e assim despertá-las para um novo
posicionamento dentro da Organização, compartilhando efetivamente seus
conhecimentos e contribuindo de forma significativa para os resultados
organizacionais.
Infelizmente
nem todas as empresas estão preparadas para isso, pois ainda falta em algumas
uma visão sistêmica e integrada, preocupação com a competitividade, base
tecnológica e muito investimento, principalmente de energia. Superação de
obstáculos!
Transformar
conhecimento em vantagem competitiva é contar com um recurso ilimitado que está
a nossa disposição e que aos poucos estamos aprendendo a interpretar.
Madalena
Carvalho
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