Antonio Lazarini
Que o mundo gira, todos já sabem. Mas que
o mundo é uma escada rolante, isto parece ser novo, até porque escada
rolante não é coisa tão velha quanto o mundo. Porém, ainda há um detalhe
a mais. O mundo é uma escada rolante que desce. Que desce, nunca para e
que, além de não parar, aumenta cada vez mais sua velocidade para baixo.
E o mais importante disto tudo é que estamos nesta escada. Assim, se
nada fizermos, em pouco tempo estaremos no piso debaixo. Em seguida no
de mais abaixo ainda, e assim sucessivamente, até que cheguemos sabe-se
lá onde.
No entanto, se não quisermos que isto
aconteça, devemos andar na escada rolante na direção contrária ao seu
movimento (coisa que não se recomenda no mundo real). Mas, se apenas
andarmos na direção contrária, na mesma velocidade da escada, isto
evitará que desçamos, o que ainda não será suficiente para que
caminhemos para cima. Se quisermos subir, temos que andar no sentido
contrário ao da escada, porém, com velocidade superior à dela.
Trazendo esta parábola para o mundo em
que vivemos, podemos perceber que ela muito se parece com que nos cerca.
Senão, vejamos: muitas pessoas têm um emprego e, ao invés de buscarem
seu desenvolvimento - aprendendo novas habilidades, competências - de
forma que a empresa onde trabalham, sinta-se muito satisfeita com o
resultado do seu trabalho, preferem reivindicar, buscar a justiça e
outros artifícios para se manterem em seus empregos. Não que reivindicar
ou recorrer à justiça seja algo reprovável; apenas são atitudes que
devem ser tomadas em última instância. Seria o mesmo que desejar parar a
escada rolante a fim de que ela não nos leve ao piso debaixo. Há muitas
alternativas que podem e devem ser adotadas antes. Não vamos falar de ir
à escola como a única, isto porque ela pode não estar ao alcance de
muitos, embora sempre seja um caso a ser considerado.
Uma alternativa simples e barata são os
livros. Eles estão por aí nas inúmeras bibliotecas públicas. O único
trabalho é passar por lá, apanhá-los, lê-los e depois devolvê-los (esta
última etapa é indispensável para que outras pessoas possam fazer o
mesmo). Eles podem ser lidos no transporte público, nas horas vagas e
até no trabalho (as empresas inteligentes já sabem que isto é bom,
permitem e até incentivam esta prática). Claro que há livros mais fáceis
e agradáveis de serem lidos e outros que nem tanto. O fato é que depois
que se acostuma a lê-los, não se consegue mais parar (ah se todos os
vícios fossem tão bons quanto este!).
Desta forma, a leitura se transforma em
uma diversão que nos leva ao mundo dos fatos, das ideias e dos
conceitos, sejam eles antigos ou novos. Forma-se um redemoinho em que
cada vez mais informações chegam à nossa mente e, quando nos damos
conta, já mudamos nossos conceitos, valores e entendimento de tudo
aquilo que nos cerca. Esta tomada de consciência, sem dúvida alguma,
levar-nos-á a adotar uma postura de avanço, de contribuição para as
empresas e para o mundo; fará das pessoas empregados desejados,
empreendedores de sucesso, pais conscientes, amigos de verdade e, por
fim, cidadãos completos que farão deste mundo um lugar digno de se viver
e de se compartilhar a vida.
publicado em 30/05/2007 originalmente em partes como: www.partes.com.br/emrhede/antoniolazarini/escadarolante.asp
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